Ao desenvolver uma determinada funcionalidade, sabe-se que esta será utilizada por um usuário que possui uma função específica, como por exemplo, um operador de sistema, um assistente financeiro, etc.. A definição desta função é chamada de papéis do usuário.

É recomendável que sejam definidos os papéis dos usuários, pois estes ajudam a melhorar a descrição de uma história. Na maioria dos casos é comum atribuir uma solicitação feita pelo cliente a ele, sem levar em conta o usuário final responsável pela utilização daquela determinada funcionalidade, que será desenvolvida. Porém, quando é feita esta distinção de papéis, ou seja, quando se define o usuário final, ao invés do termo genérico “cliente”, pode-se desenvolver uma funcionalidade com mais qualidade, levando em conta as necessidades do perfil do usuário que irá utilizá-la.

Suponha que em um site de Hotel tenha pelo menos dois papéis distintos: o cliente e o visitante. O visitante é um usuário que tem o costume de navegar pelo site, porém não faz nenhuma reserva, além de não possuir login e senha de acesso. Já o cliente possui login e senha de acesso e costuma fazer reservas ao navegar pelo site. Como se pode observar, os dois papéis possuem necessidades diferentes para navegação e utilização dos serviços fornecidos pelo sistema web. Com isso, ao se ter o conhecimento do perfil do público alvo, torna-se mais fácil escrever a estória. Observe abaixo como ficaria esta descrição.

Definindo Papel

A definição de papéis é um passo fundamental, e com o intuito de caracterizar a função do usuário, pode-se criar um personagem. Este conceito é chamado de Persona. A Persona é uma representação imaginária de uma função de usuário. Para criar uma Persona é necessário atribuir um nome a ela e fazer uma descrição detalhada do seu perfil. Veja os exemplos nas figuras abaixo:

Persona1

persona2

Observe que existem diferenças entre os dois exemplos de Persona citados. Roberto possui um perfil de usuário que precisa de mais informações para que o seu trabalho seja realizado no dia a dia, ao contrário de Beatriz, que apenas utiliza uma pequena parte do sistema, para executar sempre as mesmas tarefas.

Uma Persona deve conter:

  1. Foto – uma foto ajuda a dar o toque humano;
  2. Nome – algumas pessoas preferem juntar ao nome algo que identifique o perfil principal da Persona, como por exemplo, “Roberto Nogueira, o comprador;
  3. Detalhes – inclua alguns detalhes pessoais, como onde fez faculdade, hobbies, etc.;
  4. Narrativa – desenvolva uma narrativa. Personas contam histórias e isso as faz mais convincentes. Uma lista de itens não transmite o que queremos tão bem quanto a narrativa;
  5. E muito importante – liste os objetivos finais que a Persona quer atingir e que seu produto deverá atender.

Ao utilizar o conceito de Personas, as Histórias do Usuário tornam-se muito mais expressivas. Através destas, pode-se conhecer melhor os usuários do sistema e facilitar o entendimento dos desenvolvedores, gerando software com mais qualidade e focando nos detalhes que não seriam percebidos se a funcionalidade fosse atribuída ao cliente.

E ai, gostou?

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Até a próxima!

Autor

Ismael Soares é Gerente de Engenharia de Software na Bluesoft em São Paulo. É formado em banco de dados pela Faculdade Impacta de Tecnologia e possui mais de 14 anos com experiências em análise e desenvolvimento de sistemas. Já trabalhou com diversas tecnologias, entre elas: VB6, ASP, PHP, C#.NET, VB.NET, ASP.NET, PL/SQL, T-SQL, Groovy, Ruby e Java. Já participou de diversos projetos com banco de dados entre eles: Oracle, MSSQL Server, MySQL e Postgree.

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