Daniel Carneiro apresentou à equipe Bluesoft uma Tech Talk sobre IPv6. Leia o artigo, veja o vídeo e acompanhe os slides. Não esqueça de deixar o seu comentário.

Há algum tempo vem sendo divulgado o fim dos IP’s disponíveis na Internet e sendo apontado como seu sucessor o IPv6.

O que é IPv6 e quando deveremos nos preocupar com ele?

Segundo estatistícas atuais, os últimos endereços IP’s estarão sendo alocados por volta de 01/2012 e a partir deste momento não haverá endereços disponíveis para aplicações novas na WEB, significando que o momento é de urgência para a adoção do novo protocolo.

O protocolo atual, IPv4, possibilitou nos últimos 30 anos a evolução da Internet de uma forma nunca imaginada em qualquer outro meio de comunicação. Porém, suportando aproximadamente 4,2 bilhões de endereços, está se aproximando da exaustão, devendo ser substituído pela sua versão mais nova que suportará mais de 34 vezes 10 elevado à 37 potencia (o numero 34 seguido de 37 zeros) endereços, além disso ele traz várias vantagens tais como:

Autoconfiguração

Não são mais necessários servidores DHCP para redes de pequeno porte. Em instalações simples, sem um roteador, os computadores com suporte ao IPv6 possuem a capacidade de atribuir um endereço IP único à cada máquina e ao ser adicionado um roteador à rede, o gateway pode ser automaticamente localizado.

Dispensa do NAT

O NAT (Network address translation) é uma técnica muito utilizada atualmente para o compartilhamento de conexão com a Internet, permitindo que uma rede com apenas 1 endereço IP público possa acessar a Internet. Com o novo protocolo isso não será mais necessário, pois com a grande quantidade de endereços todas as máquinas de uma rede poderão se conectar com um endereço IP público. Existem recomendações de distribuição de IP’s (RFC 3177) como por exemplo: cada cliente de banda larga deve receber do provedor um número de IP’s muito maior do que os oferecidos pela versão atual.

Além disso o novo padrão suporta que se tenha múltiplos endereços por interface. Por exemplo: endereço da rede local, IP público e endereço para comunicação entre redes internas.

Segurança de dados

O novo protocolo torna a especificação IPSEC padrão, ou seja, ja é suportado nativamente, ao contrário da especificação anterior. Além disso, diminui a propagação de virus que se utilizam do método de varredura de IP’s, o qual um aplicativo mal-intencionado tenta localizar outros computadores buscando aleatoriamente endereços IP na Internet, pois com o grande número de endereços fica quase impossível localizar um computador desta forma.

Suporte melhorado ao multicast

O suporte aos pacotes de multicast foi melhorado, fornecendo diferentes escopos, incluindo escopo que abrange a Internet. Desta forma, um evento de broadcasting como por exemplo a exibição de um jogo de futebol ou a transmissão de uma rádio online pode ser realizada utilizando pacotes de multicast, enviando apenas uma vez à todos os destinos, reduzindo consideravelmente a necessidade de banda para esse tipo de transmissao.

Otimização dos cabeçalhos de pacote

A otimização foi pensada no intenso tráfego gerado pela Internet, possibilitando que os atuais roteadores tenham uma capacidade melhor de transmissão de dados.

Mobilidade

Permite que um equipamento móvel (celular, notebook, etc) possa se deslocar de uma rede para outra mantendo o seu IP original, tornando a sua movimentação transparente para as aplicações. Muitos dos equipamentos mais modernos, fabricados a partir de 2004, já possuem suporte ao IPv6, assim como os sistemas operacionais: Windows XP, Windows Vista, Windows 7, Linux, FreeBSD, Solaris, MacOS e outros.

Transição

Para facilitar o processo de transição existem várias técnicas, sendo a mais simples a da “pilha dupla” (dual stack), a qual consiste em utilizar endereços IPv4 e IPv6 simultaneamente. Também existem técnicas de tunelamento para interligação de redes IPv6 que se conectam através de rede IPv4 (Tunnel Broker, 6to4, ISATAP, Teredo), assim como técnicas de tradução de endereços que possibilitam a comunicação entre as redes IPv4 e IPv6 (SIIT, BIS, BIA, TRT, ALG).

Ainda com todas essas qualidades a transição para a nova versão será um processo árduo, pois além do treinamento necessário à nova tecnologia, vários equipamentos deverão ser atualizados, gerando custos e aumento na necessidade de mão de obra. Isso não significa que deve ser ignorada a urgência deste processo, pois de acordo com estudos já realizados, deixar para a última hora deve elevar muito mais estes custos.

Autor

André Faria Gomes é executivo, empreendedor, investidor, mentor, gerente, escritor, palestrante, podcaster e agilista. Atualmente, é CEO da Bluesoft em São Paulo, investidor e membro do conselho da Wow e mentor da Liga Ventures.

1 Comentário

  1. Parabéns daniel, pela apresentação e o artigo, ficou muito bom.
    É um ótima abordagem para o pessoal ficar ligado que o prazo esta curto.
    Abraço wellão

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